Quem é você, cara-pálida?
Atualmente frequento encontros musicais com pessoas que conheci na época das segundas autorais do Clube Caiubi de Compositores. Até 2019, antes da pandemia, eventos presenciais eram regulares, a exemplo do Toca do Autor (coordenado pelo Alexandre Tarica), do Quarta-Quarta do Tato Fischer e do Sarau da Maria (organizado pela divertida turma da Vila Maria). Desde 2022, o Restaurante Pará-Bahia, no Bixiga, vem sendo um point importante. Lancei meu livro CINQUENTA LETRAS E UMA POESIA lá, aproveitando também pra interpretar algumas das minhas composições ao violão do Bráu Mendonça, com Ayrton Mugnaini no baixo e Sandro Silva na bateria.
Como aconteceu a ideia de lançar o livro?
Minha meta era chegar aos sessenta anos de idade com um número razoável de canções bem gravadas. Lancei dois EPs e um Álbum, intitulados CAMINHADAS E O MAR, SENTIMENTAIS e IRONIAS E LAMENTOS. Em seguida decidi publicar minhas oitenta letras principais em dois livros. O segundo deles deverá sair no início de 2024, com prefácio do Ayrton Mugnaini. Dentro da minha proposta de interagir, a obra lançada em 2023 foi elaborada pela editora Sopa de Letrinhas, do Vlado Lima, e o prefácio foi feito pelo Sonekka, um dos astros do Clube Caiubi.
E para o futuro, o que você trama?
Das oitenta letras divulgadas, algumas têm melodia e estão bem gravadas. Pretendo realizar mais gravações. Além desse plano, quero prospectar novas parcerias, mas não com gente que trata a arte feito fast food, sem nenhum envolvimento com a obra que criou, como se estivesse fazendo um favor ao parceiro.
Estou sempre aberto a comparsas especiais como Nando Távora, Sonekka, Wellington de Faria, Jéssi Brito, Rei Salles, Marcelo Secco, Volt, Nelson Solha, Marcos Heintz e Théo do Valle. Essa lista pode ser expandida.
E pra encerrar, o que anda curtindo culturalmente por estes dias?
Primeiro: As rodas de choro do Izaías Bueno e de dezenas de instrumentistas jovens são espetaculares, sem palavras pra descrever. É muito talento e alegria juntos. Detalhes: há vários compositores de música instrumental despontando. E os clássicos vêm sendo bem executados por essa legião de músicos geniais.
Segundo: O trabalho do Alexandre Tarica e da Re Cell mantém viva a chama do cenário autoral da MPB. No rastro deles, excelentes compositores aparecem. Um dos points, como já disse, é o Pará-Bahia, onde se pode encontrar um violonista do nível do Bráu Mendonça e uma cantora como a Rosangela Alves. O repertório é diversificado e de qualidade. Novos rumos surgirão.